quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Estatísticas dos abortos


Perguntas e Respostas


1) O que é Abortamento de Repetição?
R: É a situação em que a mulher perde o bebê por três ou mais vezes consecutivas, com menos de 20 semanas de gestação.
2) É comum ter abortos?
R: A taxa de abortamento espontâneo pode chegar até 20 a 30%. Em outras palavras, isso significa que cada 100 mulheres que ficam grávidas, até 30 delas poderão perder seu bebê.
3) E os abortos de repetição?
R: Ocorre em 10% das mulheres que já tiveram o primeiro aborto. Isto é, a cada 100 mulheres que engravidam duas ou três poderão ter abortos repetidos.
4) Qual é a causa mais comum de aborto?
R: É a causa cromossômica. Setenta e cinco por cento das gestações perdidas são decorrentes de anomalias cromossômicas.
5) Isso significa que um único aborto pode ser encarado com naturalidade?
R: Sim, isso é verdade. Embora do ponto de vista da mãe e do pai, seja frustrante e decepcionante por ver um sonho interrompido, é importante que a família saiba que, na grande maioria das vezes, é a natureza que impede que um ser com problemas se desenvolva. E, naturalmente, o organismo interrompe a gestação.
6) Uma mulher com um aborto pode ter outros filhos naturalmente?
R: Sim, sem dúvida nenhuma.
7) Quais são os outros motivos?
R: São as causas uterinas, infecciosas, imunológicas, auto-imunes, hematológicas e hormonais.
8 ) Quais são as principais anomalias cromossômicas?
R: O ser humano tem 46 pares de cromossomos numerados e dois cromossomos sexuais, XX para mulher e XY para o homem. Os cromossomos são identificados por números. As alterações mais comuns são nos cromossomos de números 13, 15, 16, 17, 18, 21 e 22. Outras alterações comuns são nos cromossomos sexuais X e Y, como por exemplo, a Síndrome de Turner – 45X.
9) Quais são os problemas anatômicos que podem causar abortamento?
R: Alterações da anatomia do útero podem impedir o desenvolvimento da gestação. As principais são o septo uterino, aderências uterinas e os miomas submucosos. O útero unicorno, bicorno e didelfo podem dificultar a gestação, mas não causam com freqüência o abortamento.

Tipos de malformações do útero

10) Como é feito o diagnóstico?
R: Através de exames radiológicos (Histerossalpingografia), Ultra-sonografia, Videohisteroscopia, Videolaparoscopia, Ressonância Magnética e Ultra-som 3D.
11) Existe cura para os defeitos anatômicos?
R: Alguns deles sim outros não. O defeito mais comum, o septo uterino é corrigido cirurgicamente. É uma cirurgia simples realizada por Videohisteroscopia. Após esta correção os resultados são excelentes.
12) Quais são as causas infecciosas?
R: São as bactérias, como por exemplo, Ureaplasma Urealytum e Listeria Mocytogenes. A Toxoplasmose e viroses como Rubéola, Herpes Simples e Citomegalovírus podem também ser responsáveis. O tratamento com antibióticos específicos podem resolver o problema.
13) O que são as causas imunológicas?
R: O organismo do ser humano foi preparado para rejeitar corpos estranhos. O único “corpo estranho” que deve ter permissão para permanecer no organismo é o embrião. A mulher deve ter um mecanismo que reconhece a gestação e a considere “bem-vinda” ao organismo. Para isso, existe um mecanismo interno que deve proteger o futuro bebê contra o ataque dos anticorpos. Quando este sistema de reconhecimento falha, a gravidez é atacada e eliminada. Esse sistema protetor é estimulado pela reação imunológica entre o feto e a mãe, semelhante à reação do organismo a um órgão transplantado. Isso porque o embrião traz um componente genético do pai, e é considerado um corpo estranho. Se o componente genético paterno tiver semelhança com o da mãe, não ocorrerá a reação imunológica e conseqüentemente não será ativado o sistema protetor, e o feto não será atacado. O exame para avaliar esse problema é o Cross Match. É realizado utilizando o sangue paterno. O tratamento é com vacinas feitas com o próprio sangue do pai. Após pelo menos duas aplicações o exame é repetido. Se estiver positivo o casal está liberado para tentar nova gravidez. Caso contrário deverá fazer uma dose de reforço. É importante deixar claro que esta pesquisa e tratamento só devem ser realizados após a exclusão de todas as outras possibilidades de diagnóstico.
14) E as causas autoimunes?
R: Existem casos em que os indivíduos desenvolvem anticorpos contra os próprios tecidos e órgãos e por isso são chamados de doenças autoimunes. Os mais comuns são lupus eritematoso, doenças de tireóide e outras doenças reumáticas. Os exames pedidos são os anticorpos antitireoidianos, fator antinúcleo e anticoagulante lúpico. Os tratamentos são à base de aspirina e corticóide.
15) Quais são os problemas hematológicos, também chamados de trombofilias?
R: Algumas pacientes podem ter uma coagulação sangüínea exacerbada diante de situações hormonais específicas como a pílula anticoncepcional e a gravidez. Se houver este problema haverá uma tendência a trombose na circulação placentária, um desenvolvimento diminuído do feto, ou mesmo morte fetal e conseqüente abortamento.
O diagnóstico é feito pelos seguintes exames: anticorpo anticardiolipina, anticoagulante lúpico, antitrombina III, proteína C, proteína S, fibriogêneo, fator V de Leiden, tempo de Protrombina e Hemocisteina.
Os tratamentos são a base de aspirina e heparina com pequenas doses diárias que deverão ser tomadas durante quase todo o período gestacional.
16) E as causas hormonais?
R: Os hormônios também podem ser culpados e o responsável mais comum é a progesterona quando está em falta. É a chamada deficiência do corpo lúteo. O corpo lúteo é o resto do folículo ovulatório que fica no ovário após ovulação. Ele deve fabricar o hormônio progesterona que “sustenta” a gravidez nos primeiros meses de gestação. Quando existe uma deficiência haverá o aborto. O diagnóstico é feito por dosagens hormonais, biópsia do endométrio e ultra-sonografia. O tratamento é realizado acrescentando-se o hormônio por via oral, vaginal ou intramuscular durante as primeiras doze semanas de gestação.
As mulheres com ovários policísticos têm também chance maior de abortamentos de repetição. Por isso, devem ser acompanhadas e muitas vezes tratadas, principalmente aquelas que desejam engravidar.
Outros hormônios como a prolactina, secretada pela hipófise e os da tireóide também são importantes nas causas de abortamento.
17) É necessário esperar que ocorra dois ou três abortos para se pedir todos estes exames ou podem ser solicitados já no primeiro?
R: Embora do ponto de vista acadêmico deva se esperar que ocorra pelo menos três abortos para que se tome a iniciativa de pedir estes exames, é muito difícil para um casal esperar este tempo para que uma iniciativa seja tomada. Na prática, embora um aborto ocorra normalmente em pelo menos 20% das gestações naturais, não consideramos errado que se dê início a esta pesquisa logo após a primeira perda. Vai depender do médico, da ansiedade, do desejo e da disponibilidade econômica do casal para realizar esses exames.
18) O que é ovo cego?
R: É um tipo de aborto em que não se forma o embrião. Só é visto pelo ultra-som, um saco gestacional (uma “bolinha” escura). O bebê não se forma. Também chamado de gravidez anembrionada ou em inglês “missed abortion”. Muitas vezes pode ficar retido no útero necessitando de curetagem. As causas deste tipo de abortamento são geralmente de um óvulo defeituoso e não significa que todos os óvulos desta mulher terão problemas.

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